Câmara sedia 1ª Roda de Conversa Alusiva ao Dia da Síndrome de Down

por Rogerio Mattive publicado 15/03/2024 11h00, última modificação 24/10/2024 09h31
Encontro foi marcado por debates, sugestões e depoimentos de mães de crianças com T21

Cerca de 50 pessoas participaram, na noite dessa quinta-feira (14), da 1ª Roda de Conversa Alusiva ao Dia da Síndrome de Down - lembrado no dia 21 deste mês- no Auditório Vereador Manoel Cabrera, da Câmara Municipal de Álvares Machado. O encontro foi marcado por debates, sugestões e depoimentos de mães de crianças com T21 - trissomia do cromossomo 21.

Promovida pelo Projeto Virando o Jogo - que trabalha no auxílio às mães de crianças especiais -, a roda de conversa contou com a presença de profissionais da Saúde, representantes do Poder Público e de famílias de crianças com Síndrome de Down.

Pelo Legislativo, participaram a presidente Estela do Escritório (PTB), o vice-presidente Pedrinho do Coral (PV) e o 1º secretário da Mesa Diretora, Cláudio Salomão (PV).

Entre os assuntos discutidos, os participantes abordaram a inserção de crianças com Síndrome de Down na sociedade, os desafios do processo de inclusão e terapias. "Uma criança com síndrome de Down precisa ser inserida na sociedade. Sou mãe atípica, e enfrento uma situação diferente todo dia. Na hora de brincar, use materiais de fácil acesso, como recicláveis, isso enriquece o vocabulário, coordenação motora, entre outros aspectos. A leitura do mundo que essas crianças trazem é muito importante para nós", pontua a psicopedagoga Suelen Ferreira.



Laudo permanente

A fisioterapeuta Tânia Cristina Boffi ressalta a importância de implantar políticas públicas em prol das crianças com T21. Segundo ela, um dos primeiros passos é a criação de lei para emissão de laudo médico permanente a assistidos.

"A melhor terapia é a do chão, ou seja, o brincar. A primeira estimulação é em casa. Mas, precisamos de políticas públicas que favoreçam esse grupo, e não de assistencialismo. Temos que olhar para a criança, para o olhar dela e não para os traços dos olhos. Outra situação é mudar a nomenclatura para T21 visando uma melhor inserção. Os municípios precisam criar projetos para a emissão de laudos permanentes, como ocorre com crianças e jovens com transtorno do espectro autista (TEA)", cita.

A presidente do Legislativo adianta que vai estudar a elaboração de projeto de lei para a emissão de laudo permanente no município machadense. "Aqui, escutamos as mães e pais sobre os anseios, o apoio que precisam. Recebi aqui a sugestão para fazer um projeto referente a emissão de laudo permanente. Não vai mudar o diagnóstico de quem tem T21, ou seja, nada justifica ter que ficar pegando laudo sempre e, assim, gerando transtornos para a família. É desgastante. Vou estudar sobre o assunto e propor esse projeto de lei o mais breve possível", revela Estela do Escritório.



"É de grande importância o Legislativo participar na discussão que trata sobre um cuidado especial com as crianças com síndrome. Precisa ter um apoio do Poder Público, eles [pais e crianças] passam várias dificuldades durante atendimento na saúde, no transporte escolar. Precisamos dar maior apoio a esse grupo", fala o vereador Pedrinho do Coral.

Pede união

A coordenadora do Projeto Virando o Jogo, Lucelena Balestra Baldi dos Santos, comemora a realização do primeiro encontro. Contudo, diz que aguarda por mais pessoas nas próximas ações.

"Foi o primeiro passo para uma abertura maior visando a inclusão dessas crianças. Mas, ainda sofremos com a falta de união dos pais e responsáveis. Em um evento como este, precisam estar presentes em maior número, como também os educadores que foram convidados", frisa.

No próximo mês, haverá uma roda de conversa sobre autismo. "Ainda não temos data, mas anunciaremos em breve", finaliza.